O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (8), pelo Twitter, que não irá participar da cerimônia de posse do presidente eleito Joe Biden. “Para todos que perguntaram, eu não irei à cerimônia de posse em 20 de janeiro”, escreveu. Será a primeira vez em 152 anos que isso acontece.
Apenas três presidentes recusaram participar da transmissão: John Adams, em 1801; John Quincy Adams, em 1829; e Andrew Johnson, em 1869.
Tradicionalmente a cerimônias acontece no Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, onde ocorreu a invasão na quarta-feira. É feito o juramento de posse, ao meio-dia do horário local, pelo presidente eleito. Isso costuma acontecer com a presença do antecessor, após ambos se reunirem na Casa Branca. Depois do juramento o novo presidente faz um discurso inaugural.
Trump segue insistindo que a eleição foi fraudada e que ele é o vitorioso, embora todas as autoridades dos Estados Unidos digam não ter encontrado indício que prove essa afirmação.
Essa insistência tomou maior forma na quarta-feira, na sessão em que o Congresso referenda a vitória do eleito. Trump incitou apoiadores a não aceitar o resultado e disse em um comício que “iria junto” com eles ao Capitólio. O resultado foi uma invasão por parte desse grupo ao Congresso americano. O vice-presidente Mike Pence e parlamentares tiveram de ser retirados do prédio, houve tumulto, e cinco pessoas morreram, entre eles, um policial.
Na quinta-feira (7), Trump parecia querer apaziguar a situação, publicando um vídeo reconhecendo que deixará o cargo no dia 20 de janeiro e condenando a violência durante a invasão de apoiadores ao Capitólio, sede do Congresso norte-americano.
Antes, ele já havia divulgado uma mensagem em que se comprometia com uma “transição ordeira” e condenando publicamente a invasão ao Congresso. “Gostaria de começar falando sobre esse ataque odioso ao Capitólio dos EUA. Como todos os americanos, eu estou revoltado com a violência, anarquia e desordem”, afirmou Trump na gravação, publicada na conta oficial do presidente no Twitter — rede social que havia bloqueado outras postagens do republicano.